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Ministério da Pesca não concorda com novas regras do “Transporte Zero”

Ministério da Pesca não concorda com novas regras do “Transporte Zero”

Transporte Zero

Ministério da Pesca não concorda com novas regras do “Transporte Zero”

A pasta vai entregar ao STF relatório contrário ao decreto do Governo de Mato Grosso

Conforme a Lei, está permitida a pesca amadora apenas para o consumo no local Crédito - Secom-MT

O deputado estadual Wilson Santos (PSD-MT) esteve nesta terça-feira (6), em Brasília, como ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula. Em pauta, o andamento das discussões no Governo Federal sobre o novo decreto do Governo de Mato Grosso, publicado no dia 1º de fevereiro, que muda artigos da Lei 12.197/2023, conhecida como Transporte Zero.No dia 25 de janeiro deste ano, o Supremo Tribunal Federal, através do ministro André Mendonça, tentou uma conciliação entre a União e o Estado para buscar a flexibilização da Lei 12.197/23, que proíbe o transporte, armazenamento e venda de peixes dos rios de Mato Grosso por cinco anos, a partir de janeiro de 2024. Tal lei é alvo de duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs), movidas pelos partidos políticos MDB (ADI7471/23) e PSD (ADI 7514/23) que alegam que a legislação estadual se sobrepõe à Lei Nacional da Pesca (11.959/2009). Além disso, dizem que a lei desrespeita a Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ao decretar o fim da profissão de pescador profissional, já que tira dele a possibilidade de viver do seu labor. Isso, sem ouvir as populações ribeirinhas e povos nativos que vivem desta atividade laboral.O decreto publicado no dia 1 de fevereiro, libera a pesca de 100 espécies e proíbe a pescaria das 12 mais comercializadas em Mato Grosso. Portanto, a pesca continua inviabilizada como atividade comercial e laboral.  Continua proibida a pesca da  Cachara, Caparari, Dourado, Jaú, Matrinchã, Pintado/Surubin, Piraíba, Piraputanga, Pirara, Pirarucu, Trairão e Tucunaré. De acordo com o decreto, “a atividade pesqueira continuará permitida aos povos indígenas, originários e quilombolas, que a utilizarem para subsistência e, também para comercialização e o transporte de iscas vivas, que deverão ser regulamentados por Resolução do Cepesca”.A modalidade “pesque e solte” também está liberada. “Como o texto original ainda está sob análise do STF e na primeira tentativa de conciliação ficou definido que o governo apresentaria um novo estudo para reformular a lei (uma minuta), o governador Mauro Mendes (União Brasil) deveria ter seguido o acordo e não assinado um decreto com as mudanças que achou conveniente. Sobretudo,porque deixou liberada apenas a pesca de peixes de baixo valor comercial e pouco consumo no estado”, disse Wilson Santos ao ministro da pesca“A minuta sugerida pelo STF deveria ser debatida por todas as partes chamadas para a conciliação: ministérios da Pesca e do Meio Ambiente, INSS,PGR, AGU, Ibama, ICMBio, Governo do Estado e Assembleia Legislativa. Caberia ao ministro relator, então, diante do resultado do debate, decidir pela inconstitucionalidade ou não da lei, já que o Estado também pode dirimir sobre a regulação da pesca em seu território, só não pode infringir lei federal”, completou.

O ministro da Pesca disse que sua pasta não concorda com as mudanças apresentadas pelo Governo do Estado e que vai entregar ao STF um novo estudo que possa subsidiar o relator das ADIs, ministro André Mendonça, em sua decisão.“Quero reafirmar apoio total aos pescadores e pescadoras artesanais de Mato Grosso. Nós estamos avançando. O ministério agora tem uma outra missão: produzir um novo estudo técnico que possa subsidiar a decisão (STF) que virá após esta tentativa de conciliação. […] A proposta do Governo do Estado continua inexequível e nós estamos trabalhando para que possamos dar um subsídio (ao STF)mostrando exatamente isso. [..] Quero reafirmar nosso apoio incondicional aos pescadores e pescadoras”, disse o ministro da pesca.Ainda não foi publicada a data de uma nova audiência no STF ou de publicação da decisão final do relator.“Nós precisamos muito deste apoio, ministro”, completou o deputado Wilson Santos.

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