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Nova lista de espécies da família dos ipês foi publicada para o Estado de Mato Grosso

Nova lista de espécies da família dos ipês foi publicada para o Estado de Mato Grosso

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Nova lista de espécies da família dos ipês foi publicada para o Estado de Mato Grosso

A nova lista apresenta 115 espécies, incluindo cerca de 12 novas ocorrências para o estado

Foto: Divulgação

Fruto de um trabalho de 11 anos de estudo, o pesquisador e biólogo Ricardo Ribeiro, natural do município de Nova Bandeirantes, egresso do curso de Biologia na Universidade do Estado de Mato Grosso, campus de Alta Floresta, atualmente estudante de Mestrado na USP e pesquisador voluntário do Herbário da Amazônia Meridional – HERBAM, junto com a professora e pesquisadora Dra. Célia Lopes (UNEMAT) e a professora e pesquisadora da USP e da Universidade de Berkeley (Califórnia), Dra. Lucia Lohmann, publicaram um artigo científico na revista Paubrasilia com a nova e atualizada lista de espécies da família dos ipês, cipó-são-joão e jacarandás (Bignoniaceae).

A nova lista apresenta 115 espécies, incluindo cerca de 12 novas ocorrências para o estado, sendo uma delas a documentação de um gênero que ainda não havia sido registrado para Mato Grosso, o gênero Godmania, e uma espécie nova que foi publicada em maio na revista Brittonia. Atualmente, são 97 espécies na Amazônia, 55 no Cerrado e 26 no Pantanal Mato-grossense. “Quando os primeiros naturalistas coletaram Bignoniaceae no Mato Grosso, entre os séculos XVIII e XX, as Bignoniaceae eram representadas por menos da metade das espécies que foram documentadas agora”, conclui Ricardo.

Segundo o pesquisador Ricardo, o estudo começou em 2013, quando ele iniciou a faculdade de Biologia na UNEMAT e era bolsista de Iniciação Científica no HERBAM. “Eu me interessei em estudar a família Bignoniaceae, um grupo de espécies de árvores e cipós que ocorre em todo o mundo, mas é mais diverso no Brasil, principalmente na Amazônia. As Bignoniaceae têm flores chamativas em formato de sino, com cores vibrantes como rosa, vermelho, verde, roxo, branco, amarelo e laranja. No Mato Grosso, por exemplo, é muito comum encontrar os cipós da família na borda dos fragmentos florestais e na beira das estradas. Coletei em diversos municípios do estado e visitei coleções (herbários) de referência para a família, além do HERBAM, os herbários CNMT e UFMT, os herbários RB (RJ) e SPF (SP) e os internacionais foram visitados pela Dra. Lucia Lohmann (NY e MO) e os demais foram acessados virtualmente”.

As espécies de cipós são a maioria na lista, sendo muito importantes para a composição das florestas e para a fixação de carbono. Os cipós mais comuns são o cipó-são-joão (Pyrostegia venusta). Esses cipós têm potencial ornamental, alimentício (alguns são PANC – Plantas Alimentícias Não Convencionais) e contêm vários compostos antibacterianos, podendo ser utilizados na indústria farmacêutica e na medicina popular.

Cipó-são-joão – Pyrostegia venusta

 As árvores são representadas principalmente pelos ipês e jacarandás. Os ipês de Mato Grosso são representados por cerca de 14 espécies distribuídas em seis gêneros: Handroanthus (ipês de flores amarelas e roxas), Tabebuia (ipês de flores brancas, rosas e amarelas), Cybistax (ipê de flor verde), GodmaniaSparattosperma (cinco-folhas) e Zeyheria (ipê bolsa-de-pastor). Entre os jacarandás, a principal espécie é o Parapará (Jacaranda copaia).

Ipê-amarelo (Handroanthus sp.)

Por que é importante essa lista atualizada? “Quando temos uma lista de espécies verificada por especialistas, ela se torna a principal referência para aquele grupo de espécies e orienta, além da conservação, todas as políticas públicas relacionadas à biodiversidade. Por exemplo, essa lista deve subsidiar as espécies comercializadas e manejadas no estado, visto que os ipês e jacarandás são muito utilizados no comércio madeireiro. Por outro lado, essa lista deve servir de base para verificar o status de conservação dessas espécies aqui no estado, além disso, agora podemos fazer estudos de como as mudanças climáticas vão impactar nas espécies. Vale lembrar que listas taxonômicas robustas são conseguidas apenas com estudo taxonômico detalhado, com expedições de campo e um trabalho exaustivo de coleções (herbários)” – conclui o pesquisador.

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