O índice de preços CEAGESP encerrou o mês de agosto com variação de -0,55% ante uma variação de -8,02% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o índice apresentou variação de 0,32%. Com o resultado obtido, o índice encerrou o período apresentando um acumulado de -4,77% no ano e 11,48% em 12 meses.
As instabilidades climáticas têm provocado muitas incertezas na produção de alimentos in natura. O sobe e desce das temperaturas acaba se refletindo nos preços dos produtos e, consequentemente, na volatilidade do índice. Contudo, o Índice CEAGESP encerrou o período registrando, mais uma vez, variação negativa de preços, a quarta consecutiva. Nesse contexto, o destaque ficou com o setor de Diversos, que apresentou não só a maior redução de preços no período, mas também a maior variação negativa dos últimos três anos entre todos os setores analisados. O ritmo acelerado das colheitas e a baixa pluviometria nas principais regiões produtoras de batata e cebola nesta época do ano têm contribuído para alcance desses resultados.
Setorização
O setor de FRUTAS variou 3,40% ante uma variação de -1,71% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de 2,96%. Com o resultado obtido, o setor encerrou o mês com um acumulado de 0,12% no ano e de 16,11% em 12 meses. Dos 48 itens cotados nesta cesta de produtos, 52% apresentaram alta de preço. As principais altas ocorreram nos preços de MAMÃO HAVAÍ (+121,16%), MAMÃO FORMOSA (+43,12%), ABACATE BREDA (+37,44%), BANANA NANICA (+35,14%) e BANANA PRATA SP (+31,33%). As principais reduções ocorreram nos preços de MORANGO COMUM (-31,51%), MANGA PALMER (-17,69%), ABACAXI HAVAÍ (-14,59%), PERA ROCHA IMPORTADA (-13,19%) e UVA RUBI (-11,76%).
Após caírem bastante de preço, principalmente, nos últimos três meses, os mamões Havaí e Formosa se valorizaram no mercado atacadista, atingindo os preços máximos de R$ 7,74/kg e R$ 6,07/kg, respectivamente, entre os dias 12 e 14 de agosto. Todavia, a forte alta nos preços retraiu a demanda pelos produtos que, ao longo do período, foram arrefecendo. Deste modo, o mamão Havaí encerrou o mês ao preço médio de R$ 5,88/kg e o Formosa, a R$ 4,37/kg.
As chuvas irregulares e as geadas ocorridas nas principais regiões produtoras de São Paulo e Santa Catarina prejudicaram a oferta e a qualidade das bananas. Segundo os agentes de mercado, o produto ficou mais suscetível ao aparecimento de manchas na casca, sendo a principal delas a chamada chilling injury. Deste modo, a oferta do produto no Entreposto Terminal São Paulo (ETSP) se reduziu. Do início do mês até meados do dia 24, a banana nanica apresentava uma redução na oferta de quase 2% e a prata SP, de 4%. Neste cenário, a nanica fechou o mês ao preço médio de R$ 3,95/kg, enquanto a Prata SP fechou na média de R$ 4,93/kg.
O setor de LEGUMES variou -0,74% ante uma variação de -26,22% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de -0,98%. Com o resultado obtido, o setor encerrou o mês com um acumulado de -15,53% no ano e de -3,77% em 12 meses. Dos 32 itens cotados nesta cesta de produtos, 50% apresentaram redução de preço. As principais reduções ocorreram nos preços de TOMATE CARMEM (-23,63%), MAXIXE (-21,62%), TOMATE PIZZAD’ORO (-21,51%), PIMENTÃO VERDE (-18,13%) e TOMATE CAQUI (-14,29%). As principais altas ocorreram nos preços de PEPINO COMUM (+57,38%), ABOBRINHA BRASILEIRA (+41,21%), PEPINO JAPONÊS (+40,14%), PIMENTÃO AMARELO (+38,50%) e QUIABO (+35,16%).
No mês de agosto os tomates seguiram com queda nos preços. A variedade Carmem encerrou o período custando em média R$ 1,98/kg, enquanto o pizzad’oro fechou a R$ 2,32/kg. Esses preços médios dos tomates Carmem e pizzad’oro são os menores da série histórica desde 2022 e, além disso, são os produtos que apresentaram as maiores reduções de preços nos últimos 12 meses entre os 158 produtos acompanhados pelo Índice CEAGESP.
O setor de VERDURAS variou -6,44% ante uma variação de -16,12% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de -9,43%. Com o resultado obtido, o setor encerrou o mês com um acumulado de -25,77% no ano e de -1,71% em 12 meses. Dos 39 itens cotados nesta cesta de produtos, 82% apresentaram redução de preço. As principais reduções ocorreram nos preços de COENTRO (-31,30%), BETERRABA COM FOLHAS (-30,93%), REPOLHO VERDE/LISO (-24,59%), COUVE MANTEIGA (-21,13%) e ALFACE CRESPA (-15,65%). As principais altas ocorreram nos preços de COUVE-FLOR (+9,05%), BRÓCOLOS NINJA (+6,48%), CEBOLINHA (+3,64%), COGUMELO SHIMEJI (+3,05%) e LOURO (+2,99%).
O retorno das aulas escolares gerou uma alta momentânea na procura por itens do setor logo no início do mês, promovendo subidas pontuais de preço – principalmente entre as alfaces. As geadas foram pontuais e não atingiram de maneira generalizada as principais regiões produtoras, porém, quando afetadas prejudicaram a produção dessas hortaliças folhosas devido à “queima” e ao descarte das folhas, promovendo diminuição na qualidade e na oferta dos produtos. Entretanto, o retorno do calor na sequência estimulou a colheita desses itens, gerando reequilíbrio na oferta e fazendo com que houvesse uma redução nos preços. Desta forma, as alfaces americana e lisa apresentaram pequenas reduções de preço, encerrando o período cotadas a R$ 2,11/UND e R$ 1,00/UND, respectivamente. Já a alface crespa registrou uma queda de preço mais acentuada, sendo cotada a R$ 0,90/UND.
Nesse contexto, a oferta de repolho verde/liso e couve manteiga mantiveram-se estáveis no mercado atacadista ao longo de todo o período em análise, fazendo com que os preços de ambos apresentassem baixa volatilidade. O repolho verde/liso terminou o mês sendo cotado, em média, a R$ 1,60/CB, com a couve manteiga a R$ 0,88/MÇ.
O setor de DIVERSOS variou -18,02% ante uma variação de -6,10% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de -7,01%. Com o resultado obtido, o setor encerrou o mês com um acumulado de -0,27% no ano e de 30,77% em 12 meses. Dos 11 itens cotados nesta cesta de produtos, 91% apresentaram redução de preço. As principais reduções ocorreram nos preços de BATATA ESCOVADA (-30,39%), CEBOLA NACIONAL (-28,57%), BATATA LAVADA (-27,94%), BATATA ASTERIX (-19,79%) e OVOS VERMELHOS (-8,39%). A principal alta ocorreu no preço de OVOS DE CODORNA (+6,31%).
O solo mais quente e seco do que o normal para esta época do ano tem favorecido a produção de tubérculos, acelerando o ritmo de colheita e escoamento da safra nas principais regiões produtoras próximas à capital. Nesta época do ano, as batatas e a cebola nacional têm como principais origens as cidades de Casa Branca, Mogi Guaçu, Vargem Grande do Sul, Monte Alto e Piedade. Isso tem contribuído para que os preços desses produtos sigam em queda no ETSP. A batata escovada encerrou o período sendo negociada ao preço médio de R$ 5,21/kg, enquanto a variedade do tipo lavada fechou em R$ 3,94/kg. Já a cebola nacional ficou em R$ 3,37/kg.
O setor de PESCADOS variou -2,39% ante uma variação de 1,31% no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o setor apresentou variação de -1,16%. Com o resultado obtido, o setor encerrou o mês com um acumulado de -3,57% no ano e de 1,90% em 12 meses. Dos 28 itens cotados nesta cesta de produtos, 43% apresentaram redução de preço. As principais reduções ocorreram nos preços de SARDINHA LAGES (-20,71%), PESCADA AMARELA (-13,42%), SALMÃO IMPORTADO (-13,24%), POLVO (-9,34%) e TILÁPIA (-8,37%). As principais altas ocorreram nos preços de TAINHA (+22,77%), PEROÁ BRANCO (+21,65%), ANCHOVAS (+12,28%), ESPADA (+9,83%) e SARDINHA FRESCA (+8,65%).
A comercialização do setor de Pescados manteve-se em um ritmo abaixo da média ao longo do último mês, refletindo uma demanda enfraquecida. Embora tenha ocorrido uma queda de 6% no volume total ofertado em agosto, determinadas espécies de grande importância comercial, como robalo, cação, corvina, curimba, pescada amarela, salmão e tilápia, registraram um aumento expressivo na oferta (média de 16%). O crescimento na disponibilidade desses itens somado à desaceleração do comércio no setor contribuiu diretamente para a redução dos preços, criando um ambiente de retração e fazendo com que o setor fechasse o mês com variação negativa dos preços.
Índice CEAGESP
Primeiro balizador de preços de alimentos frescos no mercado, o Índice CEAGESP é um indicador de variação de preços no atacado de Frutas, Legumes, Verduras, Pescado e Diversos. Divulgados mensalmente, os 155 itens da cesta foram escolhidos pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua representatividade. O Índice foi lançado em 2009 pela CEAGESP, que é referência nacional em abastecimento.