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MT tem 2,3 médicos para cada mil habitantes, abaixo da média

MT tem 2,3 médicos para cada mil habitantes, abaixo da média

DEMOGRAFIA MÉDICA

MT tem 2,3 médicos para cada mil habitantes, abaixo da média

CFM, pela primeira vez na história, revela a curva de crescimento da razão médicos por grupo de mil habitantes por Estado

Com uma população de 3,7 milhões de habitantes, Mato Grosso tem 2,33 médicos para cada grupo de mil habitantes. A proporção estadual é a 10ª menor dentre as 27 unidades da Federação e está abaixo da média nacional, que é de 3,07 médicos por mil pessoas.

Em números absolutos, o Estado registra 8.807 profissionais com média de idade de 42,53 anos e formação de 15,73 anos em média.

Os dados fazem parte da Demografia Médica 2024, do Conselho Federal de Medicina (CFM), divulgado na terça-feira (15) e que, pela primeira vez na história, revela a curva de crescimento da razão médicos por grupo de mil habitantes por estado.

No país, são pouco mais de 630 mil profissionais registrados. Em nível nacional, a maioria dos estados duplicou seu número de médicos entre 2010 e 2024.

No entanto, apesar do aumento significativo, o CFM entende que há fragilidade em políticas públicas que estimulem a migração e fixação das equipes em áreas distantes ou de difícil provimento.

Para o presidente do CFM, José Hiran Gallo, os dados mostram a necessidade de políticas públicas para ampliar o acesso da população à saúde.

“É imprescindível o desenvolvimento de uma política de recursos humanos robusta para a assistência ao SUS, enfatizando a criação de atrativos aos profissionais para sua fixação em regiões com maior dificuldade de provimento”, disse, por meio da assessoria de imprensa.

Segundo ele, ações de incentivos para a atuação de médicos em regiões carentes, investimentos em infraestrutura de saúde e programas de formação de profissionais voltados para as necessidades específicas de cada região são fatores essenciais para levar e fixar médicos em áreas distantes.

Ainda no Estado, dentre os mais de 8,8 mil profissionais, 4.721 são do sexo masculino e, 4.086, feminino.

Em Cuiabá, são 2.077 inscritos, correspondendo uma densidade de 3,09 para cada grupo de mil habitantes.

Há 14 anos, o Estado contava com 3.735 médicos. Com isso, Mato Grosso está entre as unidades que registraram aumento acima de 100% na densidade de médicos, ou seja, a proporção do profissional da saúde por mil habitantes.

Entre elas, estão Rondônia (156%), Paraíba (153%), Tocantins (141%), Ceará (125%), Goiás (123%) e Mato Grosso do Sul (120%). Segundo CFM, nenhum estado registrou diminuição da quantidade de médicos ou da densidade médica nos últimos 14 anos.

Contudo, ao avaliar os índices de razão de médicos por mil habitantes, o levantamento aponta que unidades da Federação economicamente mais desenvolvidas, como Distrito Federal (6,3), Rio de Janeiro (4,3), São Paulo (3,7), Espírito Santo (3,6), Minas Gerais (3,5) e Rio Grande do Sul (3,4), que tiveram aumento absoluto de médicos menor entre 2010 e 2024, apresentam média de médicos por mil habitantes significativamente acima da quantidade nacional (3,07).

“Esses indicadores são equiparáveis à média observada entre os países membros da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que é de 3,7”, aponta o Conselho Federal.

Por outro lado, estados como Amazonas (1,6), Amapá (1,5), Pará (1,4) e Maranhão (1,3) apresentam as menores razões de médicos por mil habitantes – embora tenham mostrado evolução superior a pelo menos 67% neste índice nos últimos 14 anos.

Em 2010, o Amazonas tinha 0,97; o Amapá contabilizava 0,87; o Pará possuía 0,77; e o Maranhão, 0,65.

Ainda conforme o CFM, desde o início da década de 1990, a quantidade de médicos mais que quadruplicou, passando de 131.278 profissionais para o número registrado em janeiro de 2024, um crescimento impulsionado por fatores como a expansão do ensino médico e a crescente demanda por serviços de saúde.

Dentro do cenário, o questionamento feito é quanto a criação indiscriminada de escolas médicas no país sem critérios técnicos mínimos, o que afeta a qualidade do preparo dos futuros profissionais da medicina.

“Outra questão a ser observada é que o aumento do número de médicos deve implicar também em melhores condições de trabalho e de estímulo para que a assistência ocorra da forma adequada. A equação do atendimento, em especial na rede pública, não é uma questão apenas matemática, mas de planejamento e boa gestão”, disse Gallo.

Fonte: Joanice de Deus - Diário de Cuiabá

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