Embora não tenha ainda conseguido assinaturas suficientes para iniciar a sua tramitação, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que prevê o fim da escala 6×1 (seis dias de trabalho, um de descanso), já repercute entre os seus pares na Câmara dos Deputados.
A proposta nem um post nas redes sociais que foi eleito vereador pelo Rio de Janeiro (RJ) justamente pregando o fim da jornada de 6×1. Rick Azevedo obteve mais de 29 mil votos, e o movimento criado por ele, o VAT (Movimento Vida Além do Trabalho), já conta com mais de 1,4 milhão de assinaturas.
A ideia foi encampada pela deputada Erika Hilton, que agora busca a assinatura de 171 dos 513 deputados federais para que seja protocolada e inicie a sua tramitação.
Após seis meses, ela conseguiu cerca de 90 – muitas dessas assinaturas conquistadas nos últimos dias após a repercussão nas redes sociais que o assunto tomou.
Manifestações contra e a favor
Um dos que assinaram a favor da proposta foi Guilherme Boulos (PSOL-SP). Sem citar a data, ele diz ter assinado e afirma que essa é uma pauta mundial.
Entre os que já se manifestaram publicamente contra, está Amon Mendel (Cidadania-AM). Além de dizer que já existe uma proposta de redução de jornada de 2019 – que não avançou – Mendel afirma que isso irá prejudicar a economia.
Duarte Júnior, do PSB do Maranhão, assinou o texto na última sexta-feira (8). Segundo ele, não o fez antes devido “ao grande volume de trabalho”.
Vários deputados estão sendo pressionados em suas redes sociais para assinar o texto. Um deles é Nikolas Ferreira (PL-MG), que manifestou sua defesa à continuidade do sistema 6×1 por meio de um story no Instagram. Depois de seu posicionamento, ele recebeu vários comentários pedindo a sua assinatura.
Quem também saiu a favor da PEC foi Dandara Tonantzin (PT-MG). Ela disse ter assinado o texto em maio deste ano, e, na última sexta, fez uma nova postagem a respeito.
Saiba mais sobre a proposta
O Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), iniciado pelo tiktoker e vereador eleito pelo PSOL-RJ, Rick Azevedo, visa a abolir a escala de trabalho 6×1, prevista na CLT.
A proposta reflete discussões que já vêm sendo travadas em todo o mundo por modelos de trabalho mais flexíveis, buscando melhor qualidade de vida e respeito ao tempo livre dos trabalhadores, segundo seus defensores.
O movimento critica a jornada 6×1 por causar exaustão e afetar a saúde e bem-estar dos trabalhadores, propondo uma jornada de 4×3 sem redução salarial.
Até o momento, a deputada Erika Hilton conseguiu cerca de 90 das 171 assinaturas necessárias de deputados federais para a tramitação da PEC.
A falta de assinaturas suficientes impede o avanço da discussão sobre a proposta no Congresso.
(Com Estadão Conteúdo)