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Produtora de Alta Floresta aposta em regeneração natural para recuperar nascente

Produtora de Alta Floresta aposta em regeneração natural para recuperar nascente

Sustentabilidade

Produtora de Alta Floresta aposta em regeneração natural para recuperar nascente

Com apoio técnico e uso de drones, estratégia de restauração em APP busca reverter escassez de água e garantir regularização ambiental

As águas que antes brotavam na propriedade da produtora Andreia Gomes, em Alta Floresta (MT), secaram com o passar dos anos. Com um histórico de uso intensivo do solo e degradação ambiental, ela encontrou na restauração da vegetação nativa da Área de Preservação Permanente (APP) uma alternativa para tentar reverter o quadro.

A estratégia adotada foi a Regeneração Natural Assistida (RNA), método que prioriza a recuperação da vegetação com mínima intervenção humana. O processo, porém, exige medidas como o cercamento da área, o controle de espécies invasoras e o manejo do gado para garantir o crescimento da vegetação nativa.

Monitoramento com tecnologia e campo

Para acompanhar a efetividade do processo, o Instituto Centro de Vida (ICV) desenvolveu, em parceria com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), uma metodologia que combina o sensoriamento remoto com o levantamento de campo das espécies que estão se desenvolvendo.

Essa metodologia também serve de suporte para o Programa de Regularização Ambiental (PRA), e já vem sendo aplicada em propriedades de Alta Floresta, Paranaíta, Nova Bandeirantes e Nova Monte Verde — em parceria com a Restauragro e a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat).

Segundo Weslei Butturi, engenheiro florestal e analista de geotecnologias do ICV, o monitoramento começa com imagens captadas por drones, que identificam a cobertura vegetal. Depois, os dados são cruzados com as informações de campo.

“A restauração traz a conservação dos recursos hídricos. A APP preserva a água, que é um dos principais recursos da propriedade. Além disso, contribui com a biodiversidade, já que as APPs funcionam como corredores ecológicos. Por fim, há o aspecto da regularização ambiental, que permite aos produtores acessar mercados formais”, destacou.

Suporte à tomada de decisão

A analista de geotecnologias do ICV, Mônica Cupertino, ressaltou que a análise dos dados ajuda a definir as estratégias de manejo para cada área, de acordo com o estágio da regeneração.

“Em algumas áreas, já identificamos a necessidade de manejar gramíneas exóticas, como o capim, para favorecer o desenvolvimento das espécies nativas. Com a restauração, esperamos que as nascentes sejam protegidas e que a abundância de água aumente nas propriedades”, explicou.

A iniciativa faz parte de uma ação conjunta entre o WRI Brasil, o ICV e o Imazon, voltada para a recuperação ambiental e o fortalecimento da sustentabilidade nas áreas rurais do norte mato-grossense.

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