Oslo, Noruega – Ocorreu na capital norueguesa o primeiro seminário global do Instituto Fórum do Futuro, criado pelo ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli.
Representando o maior produtor agrícola do Brasil, o estado do Mato Grosso, o cientista Prof Dr Carlos Antonio da Silva Junior participou junto a outros cientistas e empresários do Fórum, que destacou o papel da ciência e tecnologia em soluções sustentáveis para a agricultura tropical.
O evento reuniu especialistas e líderes do setor com um foco claro: alinhar desenvolvimento econômico e preservação ambiental para enfrentar desafios globais como segurança alimentar, mudanças climáticas e transição energética.
O professor da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT, Campus de Sinop), Dr. Carlos Antonio da Silva Junior, especialista em sensoriamento remoto e CEO da deep tech SpectraX, que atua com inteligência territorial no setor agrícola, mostrou os avanços tecnológicos na ocasião.
Durante sua apresentação, ele discutiu o impacto das “Plataformas Avançadas de Precisão, Monitoramento e Controle da Produção Tropical,” uma tecnologia avançada que, desenvolvida no Brasil, torna a produção mais transparente e sustentável. “Foi uma oportunidade incrível para mostrar como o Brasil inova e lidera em sustentabilidade no cenário global e com dados precisos oriundos de forma científica utilizando imagens orbitais” declarou Carlos Silva Junior.
O papel do Brasil no cenário global
O Brasil, pioneiro na produção de cereais e proteínas de origem animal, desempenha um papel fundamental nas discussões acerca da segurança alimentar e da sustentabilidade. Isso ocorre porque o país não só fornece alimentos para milhões de pessoas ao redor do globo, mas também possui uma das maiores reservas de biodiversidade e regiões de floresta tropical, constituindo-se em um componente crucial na agenda de descarbonização mundial. O seminário abordou como um dos temas centrais a agricultura tropical regenerativa, uma estratégia que visa restaurar ecossistemas enquanto aumenta a produtividade agrícola.
Segundo César Borges, CEO do Fórum do Futuro, em sua fala, o uso da ciência e tecnologia para facilitar a atividade de milhões de pequenos e médios agricultores brasileiros é uma demanda urgente e viável. No decorrer do evento, ele revelou a intenção de estabelecer centros demonstrativos em cada um dos seis biomas do Brasil, que poderiam ser aplicados em outras áreas tropicais da América Latina e África.
O apoio de instituições e lideranças globais
O seminário, além de reunir pesquisadores e empresários do Brasil, estabeleceu alianças estratégicas com entidades internacionais, como o Banco Mundial. Diego Arias, gerente da instituição, ressalta que o Fórum do Futuro evidencia que a experiência do Brasil pode ser replicada em diversas partes do mundo, ajustando-se a variados cenários tropicais que lidam com desafios ambientais parecidos.
Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura do Brasil e uma personalidade marcante na agricultura global, também marcou presença no evento, enfatizando que “nenhum país do planeta está isento de questões relacionadas à segurança alimentar, alterações climáticas e progresso social”. Ele argumentou que a agricultura sustentável deve ser uma prioridade mundial, com estratégias que unam eficiência produtiva e consciência ecológica.
Uma importante reunião também foi realizada na embaixada brasileira em Oslo (Noruega), junto ao embaixador, o diplomata Rodrigo de Azeredo Santos. Em uma breve apresentação dos membros participantes do evento global, o embaixador reitera a importância do diálogo nas relações internacionais e os diversos aspectos positivos do Brasil como um país de produção sustentável.
A ciência como motor do desenvolvimento sustentável
Acadêmicos da Universidade Federal de Lavras (UFLA), como o professor emérito José Oswaldo Siqueira, enfatizaram a relevância da ciência no Brasil. Ele destacou que o valor real da ciência para a sociedade são os resultados finais e não o processo de pesquisa/descoberta.
Fernando Barros, diretor do Fórum do Futuro, também enfatizou a interconexão entre meio ambiente e desenvolvimento, enfatizando que “o meio ambiente é o lugar onde todos residem e o desenvolvimento é o esforço coletivo para aprimorar nossa situação naquela casa.
Um passo para o futuro
A presença do Brasil no Fórum do Futuro, realizado em Oslo, reforça o empenho do país em fomentar uma agricultura tropical sustentável, fundamentada em ciência e avanço tecnológico. Durante uma semana, além dos debates técnicos e científicos, o Prof. Dr. Carlos Silva Junior, juntamente com os demais participantes, percorreu locais emblemáticos de Oslo, como o Museu Munch e o Centro Nobel de Paz, com o objetivo de intensificar a conexão entre ciência e diplomacia cultural.
“É recompensador observar como a ciência afeta diretamente o setor agrícola e a sustentabilidade,” afirmou Carlos Silva Junior. “Analisamos como a tecnologia e a agricultura contemporânea podem fortalecer os laços de confiança no comércio internacional, particularmente em um cenário onde o consumidor mundial demanda mais transparência e responsabilidade.”
Com essa ação, o Brasil estabelece sua liderança como um modelo sustentável para a agricultura global, incentivando não somente o crescimento econômico, mas também a conservação dos recursos naturais e a garantia da segurança alimentar mundial.