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Após críticas à articulação civil, prefeitura apresenta dados robustos para manutenção da rota aérea entre Alta Floresta e Cuiabá

Após críticas à articulação civil, prefeitura apresenta dados robustos para manutenção da rota aérea entre Alta Floresta e Cuiabá

Gestão municipal entrega estudo detalhado

Após críticas à articulação civil, prefeitura apresenta dados robustos para manutenção da rota aérea entre Alta Floresta e Cuiabá

Com base em dados populacionais, econômicos e operacionais, Prefeitura de Alta Floresta sustenta a viabilidade da linha aérea e cobra mais planejamento das entidades envolvidas.

Com a proximidade do cancelamento dos voos diretos entre Alta Floresta e Cuiabá anunciado pela Azul Linhas Aéreas a partir de 1º de julho, a mobilização para manter a conectividade aérea da cidade ganhou novo fôlego. Após a atuação da sociedade civil organizada, que enviou ofício à Latam Airlines solicitando a criação da rota, mas foi criticada por falta de embasamento técnico, o prefeito Chico Gamba adotou uma abordagem mais estruturada, entregando documentação oficial com dados consolidados que justificam a continuidade do serviço.

Em ofício protocolado junto à Assembleia Legislativa de Mato Grosso, e entregue pessoalmente ao presidente da Casa, Max Russi, o prefeito reforça que a decisão da Azul foi unilateral e tomada sem diálogo com o município. “Todos foram pegos de surpresa. Alta Floresta, além de ser uma cidade polo, está em franco desenvolvimento e os números comprovam isso. Quando fizemos esse pedido, apresentamos dados concretos que justificam a manutenção do voo”, afirma Chico Gamba.

O documento detalha informações populacionais e econômicas que sustentam a viabilidade da rota. De acordo com o IBGE, Alta Floresta possui mais de 61 mil habitantes, mas o aeroporto Piloto Oswaldo Marques Dias atende uma população estimada em 343 mil pessoas, considerando os municípios do entorno, como Apiacás, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Paranaíta e outros.

Além disso, o prefeito destaca que a região é polo estratégico do Portal da Amazônia, com relevante expansão agrícola a área plantada de soja cresceu 437% entre 2017 e 2023 e forte produção pecuária, com mais de 812 mil cabeças de gado. “A conectividade aérea é essencial não apenas para empresários e produtores, mas para o fortalecimento do turismo, o acesso a serviços públicos e o acompanhamento de políticas ambientais”, pontua.

A mobilização institucional também enfatiza dados técnicos ignorados nas ações iniciais da sociedade civil. Conforme a ANAC, em 2024, a taxa média de ocupação dos voos da Azul em Alta Floresta foi de 73,1%. No primeiro quadrimestre de 2025, esse índice subiu para 73,8%, com crescimento de 29,3% no número de passageiros. Na alta temporada (junho a agosto), a ocupação chegou a 85%.

Esses dados contrastam com a ausência de estudos técnicos no ofício enviado pela CDL à Latam, criticado por especialistas do setor por não apresentar análise de viabilidade econômica, projeções de ocupação ou articulações com ANAC, SAC ou o Governo do Estado.

Além da base de usuários e das altas taxas de ocupação, o prefeito lembra que a Azul é beneficiada por incentivos fiscais estaduais por meio do programa VOE MT, com desconto de 84% no ICMS sobre o querosene de aviação (QAV). “Essa política de incentivo existe justamente para garantir a viabilidade das rotas regionais. Interromper esse serviço é desproporcional frente aos benefícios sociais e econômicos gerados pela linha”, defende Chico Gamba.

O Aeroporto de Alta Floresta é o terceiro mais movimentado do estado, atrás apenas de Cuiabá e Sinop, sendo o único da região Norte com capacidade para receber voos comerciais de grande porte. A suspensão da rota com destino à capital, portanto, ameaça diretamente a dinâmica econômica regional, o escoamento da produção e o acesso a serviços públicos.

Enquanto isso, especialistas alertam que a crise só será superada com uma abordagem técnica e multissetorial baseada em dados, planejamento e articulação, e não apenas com apelos institucionais ou tentativas isoladas. A mobilização liderada pela Prefeitura de Alta Floresta parece apontar para esse caminho.

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