Em tempos em que o agronegócio brasileiro depende cada vez mais de dados confiáveis e análises assertivas, a SpectraX, empresa com raízes em Mato Grosso, tem transformado a maneira como o campo é monitorado. Através de imagens de satélite e algoritmos próprios, cientificamente validados, a tecnologia desenvolvida pela startup permite que produtores rurais e gestores públicos acompanhem, em tempo real, tudo o que acontece dentro das propriedades, do volume de chuvas à presença de pragas ou incêndios florestais.

Segundo Carlos Antonio da Silva Junior, CEO e cofundador da SpectraX, a plataforma oferece um diferencial crucial: o monitoramento ponto a ponto do território. “Quando você tem uma estação meteorológica, ela capta dados apenas de onde está instalada. A nossa tecnologia consegue mostrar o que choveu em cada canto da propriedade, com detalhes de temperatura, solo e até fenologia da lavoura. Isso permite uma gestão mais precisa e estratégica”, explicou.

Em campo, a solução já é utilizada por produtores que relatam maior autonomia nas decisões. “Hoje melhorou muito. Com celular e satélite, dá pra saber o que está acontecendo com o solo, se tem ataque de cigarrinha, onde precisa ir. A gente acompanha tudo com precisão”, relatou um agricultor atendido pela tecnologia.

A SpectraX também tem capacidade de detectar áreas afetadas por incêndios e acompanhar sua recuperação, além de auxiliar no planejamento logístico, como o mapeamento de regiões com déficit de armazéns. “Conseguimos identificar onde falta estrutura de estocagem e contribuir para decisões de investimento em armazenagem”, destaca Carlos.

A empresa mapeia lavouras como as de soja com algoritmos específicos, medindo a expansão ou retração das áreas cultivadas. “Conhecer o que realmente produzimos é uma questão de soberania. Quando há números exagerados ou imprecisos, a imagem do país no mercado internacional pode ser prejudicada”, argumenta o pesquisador, que também atua na Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat).

A proposta da SpectraX é clara: substituir achismos por ciência. Através de sensores ambientais móveis e uma plataforma acessível, inclusive via celular, agricultores podem tomar decisões mais seguras, com base em dados reais e personalizados.

“Esse é o Brasil monitorado por quem entende de verdade o território”, resume o CEO.