Mato Grosso encerrou 2024 com cerca de 7 milhões de bovinos abatidos, superando o volume de 2023, que foi de 6,1 milhões. Esse crescimento se deve ao ciclo pecuário favorável e à aplicação de tecnologia de manejo que intensifica a produção nas áreas já abertas.
De acordo com o diretor Técnico-Operacional do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Bruno de Jesus Andrade, o Estado possui cerca de 7 milhões de hectares de pastagens degradadas, que podem ser recuperadas para aumentar ainda mais a produtividade por hectare.
Para 2025, o cenário para Mato Grosso é otimista. Bruno destaca que a aposta para este ano é no aumento da produtividade, qualidade da carne e ampliação das exportações. Segundo ele, o Estado deve seguir como protagonista nacional na produção e exportação de carne bovina, consolidando seu papel no mercado global.
Apesar da alta nos preços no segundo semestre de 2024, as projeções indicam uma acomodação no início de 2025, beneficiando o mercado doméstico. Com foco na qualidade, aumento da produtividade e abertura de novos mercados internacionais, Mato Grosso entra em 2025 com perspectivas positivas. O Estado, que já lidera a produção nacional de carne bovina, tem no uso de tecnologia e sustentabilidade as principais ferramentas para consolidar seu protagonismo no setor.
QUALIDADE – Em 2024, os produtores comemoram a qualidade da carne. Nos últimos anos, o uso de tecnologia possibilitou um aumento no abate de animais mais jovens, com até 24 meses de idade. Em 2024, pelo menos 37% dos abates em Mato Grosso foram de animais nessa faixa etária, contra apenas 7% há dez anos, ou seja, em 2014. “Além de serem animais mais pesados, com cerca de 19 arrobas, esse avanço reflete diretamente na qualidade da carne ofertada ao consumidor brasileiro e internacional”, pontuou Bruno.
EXPORTAÇÕES E NOVOS MERCADOS – As exportações de carne bovina seguem como um dos principais motores da pecuária mato-grossense. As expectativas para 2025 incluem a abertura de novos mercados estratégicos, como Japão e Coreia do Sul, que podem representar um avanço significativo no volume exportado. De acordo com diretor do Imac, “há conversas avançadas para a habilitação desses países e, se confirmadas, Mato Grosso estará pronto para atender essa demanda, com qualidade e volume necessários”.
Outro ponto de destaque é o acordo entre Mercosul e União Europeia, que prevê a redução gradual das tarifas sobre cortes especiais, como os da cota Hilton, que possuem alto valor agregado. “Hoje, a tonelada exportada para a Europa chega a 7 mil dólares, enquanto o mercado chinês paga valores abaixo de 4 mil dólares. “Esse acordo fortalece o potencial da carne brasileira no mercado europeu, agregando valor à produção mato-grossense”, finalizou.