Prestes a completar 25 anos, a criação comunitária de tambaquis em Anã ganhou reforço. Com uma máquina própria para produzir ração para alimentar os peixes criados pelo grupo na comunidade, será possível melhorar a qualidade, já que a base alimentar será orgânica (sem conservantes) e reduzir custos.
A primeira oficina que deu início aos testes da extrusora foi realizada no período de 31 de outubro a 1º de novembro, reunindo as lideranças do grupo para as primeiras experimentações. Uma casa foi estruturada para receber o equipamento adquirido no Mato Grosso, referência na produção do alimento. A estimativa, segundo o coordenador de Extensão Rural do PSA, Márcio Roberto, é que os piscicultores produzam cerca de 150 quilos de ração por hora.
“O objetivo desse treinamento foi capacitar os criadores para que eles tenham possibilidade de manusear as máquinas, produzindo sua própria ração e fortalecendo a atividade de piscicultura na comunidade de Anã”, explicou Roberto.
Em 2022, quatro integrantes da iniciativa participaram de treinamento para fabricação de ração para peixe no município de Alta Floresta no Mato Grosso para aprender o processo de instalação, produção e fabricação da ração desde a montagem dos equipamentos até a manutenção. A iniciativa do Programa Floresta Ativa do Projeto Saúde e Alegria em parceria com a TNC e L’Oreal, busca ampliar oportunidades para o local que desponta com o Turismo de Base Comunitária, integrando a piscicultura como fonte de alimento para a culinária e espaço de visitação dos turistas.
“É um trabalho que gostamos de fazer, que traz renda para comunidade e fomenta o turismo”, destacou o morador Antônio Cardoso, 52.
Produção de ração para peixes na comunidade Anã, na Resex Tapajós-Arapiuns — Foto: Ascom PSA / Divulgação
Próximos passos
Nos próximos meses, duas novas oficinas serão promovidas para os demais comunitários, visando testar a linhagem de produção e formulação da ração. Para a fundadora do Grupo Mulheres Sonhadoras em Ação (Musa), Maria Odila, o equipamento representa a concretização de um sonho.
“Tivemos pela primeira vez o contato com a máquina que vai trabalhar conosco na produção da ração para alimentar os nossos peixes. Ela vai peletizar e extrusar, ou seja, vai fazer a bolinha e fazer ela boiar”, ressaltou Maria Odila.
A perspectiva é que após as formações e início das operações, as mulheres participantes do MUSA produzam sua própria ração e futuramente, ajudem outras comunidades que queiram trabalhar a criação em tanque rede, explicou Maria Odila.
Ração para peixe produzida durante oficina na comunidade Anão, na Resex Tapajós Arapiuns — Foto: Ascom PSA / Divulgação