Dois cursos de curtimento de pele e de manufatura de couro de tambaqui, um dos peixes nativos mais produzidos em cativeiro no Brasil, serão realizados em outubro e novembro na cidade de Sorriso (MT). A organização é da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP) e as aulas vão ocorrer no frigorífico Delicious Fish, no distrito de Primaverinha. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no site www.embrapa.br/pecuaria-sudeste
O diferencial deste curso é o uso de tecnologias e reagentes para processos e produtos menos poluentes e mais efetivos. A técnica está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS – da ONU (Organização das Nações Unidas), pois não emprega o cromo no curtimento das peles.
O organizador do curso, Manuel Chagas Jacintho, pesquisador da Embrapa, disse que a ideia é contemplar o público interessado na manufatura artesanal e na industrial. A artesanal é aquela em que o profissional produz cada peça, do início ao fim, utilizando ferramentas e processos mais simples. Geralmente a atividade tem caráter familiar, envolve pequenos artesãos ou pequenas associações. Já o processamento industrial do couro pressupõe o uso de equipamentos mais complexos, divisão do trabalho e produção em escala.
Em função dessa diferença, Jacintho preparou duas rodadas independentes. A primeira acontece de 29 de outubro a 2 de novembro (terça a sábado) e terá conteúdo sobre o curtimento do couro do peixe e a manufatura artesanal. Os instrutores desta etapa serão o próprio pesquisador e o agrônomo e empresário Alfred Werner Loosli.
O segundo curso será de 26 a 30 de novembro, também no Delicious Fish, e terá na programação o curtimento da pele de tambaqui e a manufatura industrial. Além de Jacintho, o outro instrutor desta etapa será o técnico Wallace Cristino Orlando. “Como o curtimento é um processo demorado, ele vai ocorrendo durante toda a programação dos dois cursos. A dinâmica prevê que, enquanto esse processo ocorre, os alunos vão aprendendo as técnicas de manufatura”, explicou Jacintho.
Segundo o pesquisador da Embrapa, os maiores polos produtores de tambaqui do Brasil são Rondônia, Mato Grosso e Maranhão. O couro desse peixe pode ser utilizado em artesanato, pela indústria da moda e indústria moveleira. A capacitação é gratuita e terá 20 vagas disponíveis. Quem fizer o primeiro pode ou não se inscrever no segundo, dependendo do interesse profissional. Interessados podem se inscrever para o primeiro curso neste link e para o segundo, neste outro.
BRS Aqua
A transferência de tecnologia sobre a pele do tambaqui é uma atividade prevista no BRS Aqua, um projeto que envolve mais de 20 Unidades da Embrapa e conta com financiamento do Fundo Tecnológico do BNDES / Funtec, da Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SAP / Mapa, recurso que está sendo executado pelo CNPq) e da própria Embrapa. O nome oficial do projeto é “Ações estruturantes e inovação para o fortalecimento das cadeias produtivas da aquicultura no Brasil”.