A Câmara Municipal de Alta Floresta realizou na manhã de quinta-feira (30) uma audiência pública para debater os problemas no fornecimento de energia elétrica no município e região. O encontro reuniu vereadores, representantes de entidades de classe, autoridades e o Ministério Público, que discutiram as constantes quedas de energia, oscilações e a ausência de informações claras sobre os investimentos realizados pela concessionária Energisa.
Durante a audiência, representantes da sociedade civil destacaram a necessidade de maior transparência e de ações efetivas da empresa para melhorar a prestação de serviços à população e ao setor produtivo.
A advogada Alana Gabi Sicuto, vice-presidente da 8ª Subseção da OAB de Alta Floresta, afirmou que a audiência é uma oportunidade para que a população apresente demandas e problemas enfrentados com o serviço. Ela criticou a ineficiência das respostas da concessionária, mesmo após registros de ocorrências junto ao Ministério Público.
“Não é uma reclamação isolada, é um problema geral da população. A Energisa tem obrigação legal de prestar um serviço de qualidade e eficiente, conforme o Código de Defesa do Consumidor e a legislação que rege os serviços públicos”, disse.
Foram apresentados questionamentos sobre o cumprimento das promessas da Energisa, incluindo o plano de trabalho de 2024, os investimentos previstos de R$ 15 milhões e a criação de um grupo de acompanhamento das ações da empresa, que ainda não receberam respostas.
Foram relatadas ocorrências de 11 quedas de energia registradas entre 30 de julho e 1º de outubro em uma única residência, evidenciando que os problemas persistem e que medidas concretas ainda não foram implementadas.
O presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira (CIPEM), Ednei Blasius, alertou para os impactos das interrupções no fornecimento de energia. Segundo ele, indústrias da região chegaram a perder quase um dia inteiro de produção em um mês, e comunidades rurais enfrentam quedas frequentes que afetam alimentos e produtos perecíveis.
“O problema não é exclusivo de Alta Floresta. Nas glebas rurais do Estado, as redes elétricas estão deterioradas e a manutenção é deficiente. Em Paranaíta, por exemplo, algumas áreas ficaram três dias sem energia”, relatou Blasuis.
Também foi criticada a ausência de representantes da direção da Energisa na audiência, já que o atendimento operacional não tem poder de decisão. A população e o setor produtivo reforçaram a necessidade de que a empresa se responsabilize e apresente respostas claras sobre os serviços prestados.





