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MPF pede medidas de segurança e redução de impactos ambientais em hidrelétricas do rio Teles Pires em MT

MPF pede medidas de segurança e redução de impactos ambientais em hidrelétricas do rio Teles Pires em MT

Meio amebiente

MPF pede medidas de segurança e redução de impactos ambientais em hidrelétricas do rio Teles Pires em MT

MP pede que Aneel não autorize novas usinas nem renove concessões na bacia sem antes avaliar e compensar os impactos causados pelas hidrelétricas já em operação. A recomendação também pede a revisão dos contratos.

MP dá prazo de 120 dias para Usina de Colíder apresentar plano de desativação — Foto: Copel

O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) recomendaram que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adote medidas para reforçar a segurança das barragens e reduzir os impactos ambientais causados pelas hidrelétricas da bacia do rio Teles Pires, em Mato Grosso. O documento foi assinado na última sexta-feira (3).

A recomendação inclui as usinas de Colíder, Sinop, São Manoel e Teles Pires, e foi feita após investigações sobre os efeitos ambientais e sociais desses empreendimentos na região.

A medida pede que agência não autorize novas usinas nem renove concessões na bacia sem antes avaliar e compensar os impactos causados pelas hidrelétricas já em operação. A recomendação também pede a revisão dos contratos de concessão, para incluir cláusulas ambientais mais específicas para as empresas responsáveis.

A Aneel tem 20 dias, contados a partir do recebimento da recomendação, para informar se vai atender às medidas.

Segundo os órgãos, o objetivo é garantir que a geração de energia cumpra a função socioambiental, evitando danos à biodiversidade, às comunidades locais e ao equilíbrio ecológico da bacia.

Veja medidas recomendadas à Aneel:

1. Suspensão de novas autorizações e renovações:

  • Não autorizar novos empreendimentos hidrelétricos na bacia do rio Teles Pires.
  • Não renovar concessões existentes sem antes avaliar e mitigar os impactos ambientais e sociais acumulados das usinas já em operação.

2. Revisão dos contratos de concessão:

  • Revisar os contratos das hidrelétricas para incluir cláusulas ambientais específicas, com obrigações claras das concessionárias.
  • Tornar as cláusulas ambientais mais detalhadas e efetivas, garantindo a proteção do meio ambiente.

3. Monitoramento ambiental:

  • Implantar um monitoramento integrado e padronizado dos impactos ambientais das usinas.
  • Assegurar participação das comunidades indígenas e tradicionais no acompanhamento desse monitoramento.

4. Protocolos de operação:

  • Criar protocolos de operação que conciliem a geração de energia com a proteção socioambiental da região.
  • Estabelecer regras que reduzam riscos à biodiversidade e ao equilíbrio ecológico da bacia do Teles Pires.

5. Mitigação e compensação de danos:

  • Implementar medidas de mitigação e compensação proporcionais aos impactos identificados.
  • Priorizar ações voltadas à proteção de:
  • Peixes e quelônios
  • Qualidade da água
  • Comunidades ribeirinhas, tradicionais e indígenas

6. Segurança das barragens:

  • Exigir que a concessionária da Usina Hidrelétrica Colíder cumpra integralmente as obrigações contratuais sobre:
  • Segurança da barragem
  • Monitoramento de riscos

7. Fiscalização da Aneel:

  • Reforçar que a Aneel tem o dever legal de fiscalizar não apenas aspectos técnicos e econômicos das concessões, mas também:
  • O cumprimento das obrigações ambientais
  • A adoção de medidas preventivas, de mitigação e de compensação dos danos socioambientais.

Segundo o MPF e o MPMT, a ausência de fiscalização dos impactos das usinas compromete a segurança ambiental e expõe comunidades ribeirinhas e povos indígenas a riscos de ordem socioambiental e cultural.

Em agosto deste ano, moradores de Itaúba, a 599 km de Cuiabá, relataram a morte de peixes e dificuldades na navegação pelo Rio Teles Pires após a Eletrobras realizar um procedimento de segurança na Usina Hidrelétrica Colíder.

A ação envolveu o rebaixamento do nível do reservatório da usina, o que provocou reflexos no volume de água que segue em direção ao município vizinho.

Em nota, a Eletrobrás informou que adquiriu a usina em 30 de maio deste ano e, desde então, adotou todas as providências necessárias para que a usina volte à condição normal. Segundo a empresa, equipes de diversas áreas estão mobilizadas para garantir que o impacto da operação seja o menor possível.

Conforme relatório do MP, foram recolhidos mais de 22 mil peixes vivos e 1.541 mortos após o processo de rebaixamento do reservatório. Espécies como carás, tuviras, mussuns e lambaris foram encontradas em avançado estado de decomposição, em poças isoladas com alta temperatura e baixa concentração de oxigênio.

Fonte: g1 MT

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