Em uma iniciativa crucial para preservar o ambiente e a segurança da comunidade, foi oficialmente criada a Brigada Florestal Nova Esperança, composta por 21 moradores do assentamento Boa Esperança, vizinho ao Parque Estadual Cristalino II, em Novo Mundo (MT). A equipe recebeu formação intensiva oferecida pela 7ª Companhia Independente de Bombeiros (7ª CIBM), que os preparou para elaborar planos de prevenção e atuar no combate a incêndios florestais.
Durante o curso, dividido em quatro etapas práticas, os participantes planejaram estratégias específicas para seus lotes, definindo aceiros, limpeza de cercas, barreiras verdes com plantio de capiaçu e feijão-nhandú, e preservação de nascentes, ações fundamentais antes da chegada da seca. “O ano passado ficamos apavorados, o fogo andava muito rápido”, disse Lauristela Moraes de Oliveira, do sítio Vó Amélia. Outro morador, Valter Saturnino de Oliveira, lembrou a madrugada em claro após perder parte do pasto e animais em incêndio recente.
O programa, integrante do projeto Aliança Cristalino Sem Fogo, da Fundação Ecológica Cristalino (FEC), iniciou em junho com aulas sobre prevenção, uso de EPIs, biossegurança e primeiros socorros diante de emergências. No encerramento, os brigadistas realizaram exercícios práticos de combate ao fogo e avaliação de campo.
Com o apoio técnico do Corpo de Bombeiros e do biólogo Lucas Araújo, coordenador da FEC, também foram instaladas placas educativas em áreas de nascente, reforçando a importância da proteção hídrica. A região do assentamento abriga 108 famílias e acaba de receber os títulos definitivos de propriedade pelo INCRA, o que vai facilitar o registro ambiental (CAR) dos lotes e reservas legais.
A Brigada Florestal Nova Esperança representa um grande avanço na proteção do Parque Estadual Cristalino II e no fortalecimento da cultura de prevenção em comunidades vizinhas. A iniciativa integra a Rede Floresta, uma ação do Instituto Centro de Vida (ICV) e conta com apoio do Ministério das Relações Exteriores da Noruega e do NICFI, unindo tecnologia, capacitação e educação ambiental para combater incêndios, conservar a biodiversidade amazônica e fortalecer a resiliência local.