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TCU dá 180 dias para Fávaro explicar suspeitas de superfaturamento em obras no MT

TCU dá 180 dias para Fávaro explicar suspeitas de superfaturamento em obras no MT

Superfaturamento

TCU dá 180 dias para Fávaro explicar suspeitas de superfaturamento em obras no MT

As irregularidades identificadas em convênios nos municípios de Gaúcha do Norte, Canarana, Alta Floresta e Querência

Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro (PSD-MT). (Foto: Carlos Silva /Mapa)

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) adote, no prazo de 180 dias, critérios e procedimentos de fiscalização no repasse de emendas destinadas a obras em estradas rurais. A decisão ocorre após auditoria realizada sobre transferências voluntárias entre 2019 e 2023, período em que a pasta movimentou R$ 9,2 bilhões, sendo R$ 3,5 bilhões (38%) somente para estradas vicinais.

O relator, ministro Walton Alencar Rodrigues, destacou que, atualmente, o Mapa financia quase dez vezes mais obras do que o próprio Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Segundo ele, o volume de recursos é “vultoso”, mas a aplicação carece de política pública estruturada, com objetivos claros, indicadores de eficiência e critérios para distribuição.

Falta de critérios e concentração de recursos
O TCU apontou que a distribuição dos recursos é desigual entre os estados. Em 2023, por exemplo, Mato Grosso recebeu R$ 147,3 milhões, o equivalente a 47,4% de todas as transferências da União com essa finalidade. Para o ministro, se houvesse parâmetros técnicos bem definidos, o estado não estaria entre os principais beneficiados.

Indícios de superfaturamento
Entre as irregularidades encontradas está a obra de recomposição de estrada rural em Canarana (MT), onde auditoria identificou que a distância para transporte de materiais foi medida acima do previsto em contrato, elevando os pagamentos. O valor estimado de sobrepreço é de R$ 1,58 milhão.

A auditoria também apontou falhas de projeto básico de engenharia e deficiência na fiscalização municipal sobre a origem dos materiais usados.

Outros municípios sob análise
Além de Canarana, o TCU determinou que o Mapa apure convênios com indícios de irregularidades em Alta Floresta, Querência e Gaúcha do Norte.

Determinações do TCU ao Mapa
O ministério deverá:

  • Institucionalizar uma política pública específica para estradas rurais;

  • Criar procedimentos de verificação e aprovação de projetos de engenharia;

  • Aperfeiçoar controles nos processos licitatórios;

  • Monitorar a execução e os resultados dos convênios;

  • Apurar as irregularidades já identificadas em municípios de Mato Grosso.

Crescimento explosivo de convênios
O TCU ressaltou ainda que, enquanto entre 2019 e 2022 foram firmados apenas 10 convênios para melhoria de estradas rurais em Mato Grosso, em 2023 esse número disparou para 183 convênios, muitos deles com pregões pouco concorridos e que poderiam ter resultado em maior economia caso realizados de forma mais ampla.

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