Apesar da recente discussão e a possibilidade da volta do horário de verão no Brasil, o presidente do Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica (Sindenergia) de Mato Grosso, Carlos Garcia, afirma que a mudança não trará o impacto positivo significativo para o Estado a ponto de ser benéfico, ao contrário de como defende o Governo Federal.
“O Sindenergia não é à favor da alteração, pois o horário de verão em Mato Grosso não traz a economia desejada na conta de energia, na maioria das vezes a economia obtida gira em torno de 1%. Enquanto isso, o impacto na vida das pessoas é relevante, porque muda o relógio biológicos e todos precisam se adequar ao adiantamento do relógio em uma hora. Esse foi um dos motivos pelos quais o horário de verão parou de ser aplicado”, defende Carlos.
O Operador do Sistema Nacional (ONS) informa que a pretensão de economia a nível Brasil seja de 2,6% em 2024 caso o horário de verão entre em vigor, mas para o representante do setor, essa expectativa de economia com a intenção de aproveitar mais a luminosidade do dia, não condiz com a prática, que, conforme citado, gira em média de 1%.
“Atualmente, quando o país chega no horário de pico, não tem energia solar e é preciso aumentar a faixa das térmicas, o que aumenta muito o custo da operação. Então, para outros estados com mais geração de energia solar, onde se aproveita melhor o final do dia com sol, pode ser mais viável. Mas esse não é o caso de Mato Grosso, que chega 17h o sol já está indo embora”, defende.
Retorno do horário de verão
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) sugeriu a volta do horário de verão em 2024, com a mudança dos relógios ocorrendo após o segundo turno das eleições municipais, no final de outubro. A medida visa deslocar o pico de consumo de energia para um horário com mais incidência de luz solar, diminuindo o uso de usinas termelétricas, que são mais caras e poluentes.
Diante da crise hídrica no Brasil e da necessidade de garantir o fornecimento de energia, o governo considera essa estratégia para otimizar a geração solar. Ao adiantar os relógios em uma hora, o horário de produção das usinas solares seria ampliado, aproveitando melhor a luz do dia e reduzindo a demanda por energia em horários de maior consumo.
O presidente Lula (PT) irá decidir nos próximos dias se haverá a volta do horário de verão.
O horário de verão foi implementado no Brasil em 1931 e permaneceu em vigor de forma contínua de 1985 até 2019, quando foi revogado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro devido à baixa eficiência na economia de energia.