O feijão com arroz do brasileiro teve um pequeno alívio no preço em outubro. Segundo o IPS (Índice de Preços dos Supermercados), foi registrado um recuo de 0,32%, na subcategoria de cereais, que engloba itens como arroz, feijão e milho, mantendo a tendência de queda observada desde julho
O índice é calculado pela Apas (Associação Paulista de Supermercados), em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), da USP.
“Esse processo está relacionado principalmente à redução no preço do feijão, que apresentou queda de 0,54% em outubro, após uma diminuição significativa de 3,44% no mês de setembro. No caso do arroz, o preço ao consumidor final teve uma redução de 0,27% em outubro”, explica Felipe Queiroz, economista-chefe da Apas.
No caso específico do arroz, desde o final do ano passado, o preço do produto já vinha em alta por conta da safra interna. Em abril, a situação se agravou com o impacto da tragédia climática no Rio Grande do Sul, maior produtor do grão no país. O governo federal chegou a fazer leilão do produto importando, que acabou suspenso.
“Porém, agora o que estamos observando é um natural ajustamento dos preços. O mesmo vale para o feijão. No ano de 2023, nós tivemos uma safra recorde de grãos e, neste ano, a safra não tem sido tão positiva quanto a safra anterior”, afirma Queiroz.
Mas algumas culturas já apresentam bom desempenho, o que contribui para que o preço ao consumidor final no mercado doméstico apresente queda, como é o caso, por exemplo, do feijão. “É nesse sentido que acompanhamos com atenção a evolução dos preços e o impacto ao consumidor final”, acrescenta o economista.
Já o preço do milho registrou uma inflação de 0,68% em outubro, após um aumento de 1,06% no mês anterior. Mas, no acumulado de 12 meses, o milho apresentou uma deflação de 10,19%, a maior queda entre os produtos da subcategoria.
Inflação do churrasco
O que chamou a atenção no último mês foi o preço das carnes, que registrou a maior alta mensal nos açougues e supermercados dos últimos 4 anos. E a tendência é que os cortes devem continuar mais caros pelo menos até o fim do ano.
A inflação oficial de outubro, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE, mostrou que os cortes registraram alta de 5,81%, maior patamar desde novembro de 2020, quando a variação foi de 6,54%.
Entre os cortes que ficaram mais caros estão o acém, que chegou a subir 9,09%, costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%).
A menor oferta do produto, agravada pela seca, a alta da demanda interna e a elevação do volume de exportações explicam o aumento dos preços, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.