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Silval afirma que pagou propina de R$ 800 mil para jornalista por pressão de Riva

Silval afirma que pagou propina de R$ 800 mil para jornalista por pressão de Riva

Silval afirma que pagou propina de R$ 800 mil para jornalista por pressão de Riva

O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) afirma que pagou propina de cerca de R$ 800 mil ao jornalista Antônio Carlos Millas, dono do Jornal Centro-Oeste Popular, por “pressão” do ex-deputado estadual José Riva. 

A declaração foi dada durante audiência à juíza Selma Arruda, na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, na tarde desta segunda (18). Esta foi a primeira aparição pública do peemedebista, após a homologação do acordo de colaboração premiada (delação) pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 9 de agosto.

Silval prestou depoimento como vítima de suposta organização criminosa que extorquiu dinheiro de autoridades. No primeiro depoimento no caso, ocorrido em janeiro deste ano, o ex-governador negou que tenha sido extorquido, mas, hoje, mudou a versão dos fatos e confirmou as declarações dadas no depoimento à procuradora da República, Vanessa Cristhina Scarmagnani, em 18 de maio de 2017.

O peemedebista diz que, em 2013, começou a ser cobrado pelo jornalista, que pediu o pagamento de propina para que irregularidades do governo não fossem divulgadas em reportagens no jornal. No primeiro encontro, segundo Silval, Millas disse que teve conhecimento de uma negociata envolvendo o então governador, o empreiteiro Wanderlei da Trimec e o conselheiro Antonio Joaquim, na compra de uma fazenda.

“Wanderley me procurou dizendo que também estava sendo cobrado, mas eu não cedi”, diz Silval à juíza. Conforme o político, após não ceder às chantagens, Millas publicou a reportagem relatando as irregularidades envolvendo a negociação da fazenda e continuou as extorsões. Foi então que, segundo o ex-governador, Riva lhe procurou pedindo uma reunião.

O encontro no Palácio Paiaguás contou com a participação de Silval, Riva e Millas. Conforme o peemedebista, Riva interviu e disse a ele que era melhor ceder as chantagens do jornalista e fazer um acordo, pois seria melhor para a imagem do governo. 

Silval afirma que decidiu aceitar e combinou o montante de propina de cerca de R$ 800 mil. “Aceitei por pressão do [então] deputado Riva e não queria que tivesse um escândalo de corrupção dentro do governo, pois os fatos narrados por ele eram verdadeiros”, declara.

Pagamentos

Silval diz que o ex-secretário-chefe da Casa Civil Pedro Nadaf recebeu a incumbência de pagar a propina ao jornalista, que foi feita de forma parcelada. Além disso, afirma que a maior parte da propina foi paga por meio de desvios de dinheiro público, como a fraude na desapropriação do bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá. De tal esquema, investigado na Operação Sodoma, o político detalha que R$ 200 mil foram repassados a Millas.

Versões diferentes

Em 18 de janeiro deste ano, Silval negou que tivesse sido vítima de extorsão do jornalista. Na época, o ex-governador mantinha o argumento de que Millas apenas pressionou por pagamentos do governo em atraso.

Durante a audiência, a defesa de Millas, representada pelo advogado Eduardo Mahon, questionou Silval de o motivo dele ter mudado a versão dos fatos. O político respondeu que na época estava em tratativa com o Ministério Público Federal (MPF) para a homologação da delação. “Naquela época eu já estava em tratativa [da delação]. Não podia dizer diferente. Tudo que falei [na delação] é verdade. Tenho comprometimento em dizer a verdade”, garante.

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