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Agricultores familiares de Alta Floresta recebem certificado por vender produtos sem agrotóxicos

Agricultores familiares de Alta Floresta recebem certificado por vender produtos sem agrotóxicos

Produzir sem agrotóxicos

Agricultores familiares de Alta Floresta recebem certificado por vender produtos sem agrotóxicos

A Repoama conta com 50 famílias de Alta Floresta, Paranaíta, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Cotriguaçu e Colniza.

Três agricultoras familiares de Mato Grosso estão colhendo os frutos de uma decisão que tomaram há cinco anos: produzir sem agrotóxicos. Maria Aparecida Rodrigues, Silmara Assaiante e Rosângela dos Santos fazem parte da Rede de Produção Orgânica da Amazônia Mato-grossense (Repoama), que reúne cerca de 50 famílias que cultivam alimentos saudáveis e sustentáveis.

Em setembro de 2023, elas e outras 32 famílias receberam o certificado de conformidade orgânica da sua produção, após um longo processo de cultivo cuidadoso da terra, reunião de documentos e vistorias. Agora, elas podem comercializar seus produtos com o selo orgânico, que garante a qualidade e a origem dos alimentos.

Desde então, elas têm sido requisitadas nas feiras em que participam. “Eu quero comprar da sua verdura, porque sei que não tem veneno e dá para comer sem se preocupar”, é o que mais ouvem dos clientes.

A luta das agricultoras para produzir sem veneno começou em meados de 2018, com a participação em palestras sobre os malefícios do uso dos defensivos agrícolas. Rosângela, que nasceu na roça e sempre usou agrotóxico, decidiu mudar de vida ao pensar nas crianças que consumiam suas verduras. “A gente foi aprendendo que aqueles produtos eram muito tóxicos e, então, decidiu ir pelo caminho mais saudável”, disse.

A ideia de criar a Repoama surgiu a partir de um intercâmbio em uma propriedade orgânica no Rio Grande do Sul em 2018. Os agricultores e agricultoras que participaram da viagem viram que era possível aplicar o modelo de produção sem veneno também no norte de Mato Grosso, um dos estados que mais utilizam agrotóxicos no mundo.

Em 2019, o grupo de agricultores se reuniu para criar o regimento interno, definir os participantes da diretoria e da coordenação e estruturar os municípios e núcleos participantes da nova associação. Depois de um longo processo, a rede foi credenciada em 2023 como um Sistema Participativo de Garantia (SPG) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Por meio desta modalidade, os próprios agricultores são capazes de fiscalizar as propriedades dos participantes da rede para verificar se elas estão ou não em conformidade com o que manda a legislação orgânica. Em caso positivo, eles recebem o certificado.

Hoje, a Repoama conta com 50 famílias de Alta Floresta, Paranaíta, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Cotriguaçu e Colniza. Na última assembleia, 35 dessas famílias receberam a certificação orgânica. Na mesma ocasião, grupos dos municípios de Carlinda e Itaúba foram aceitos como novos membros da rede.

Para o coordenador do programa de Economias Sociais do Instituto Centro de Vida (ICV), Eduardo Darvin, a Repoama se destaca pela necessidade de união, apoio mútuo e responsabilidade compartilhada entre as famílias envolvidas. Ele considera a rede, ainda, como uma resistência agroecológica em um estado dominado pelo agronegócio.

“A gente está falando de uma agricultura orgânica que vai ser comercializada. Estamos falando de pessoas, de famílias, que dependem da comercialização desses produtos. Então a gente também está falando de desenvolvimento local. Nós estamos falando do que é essencial também, da parte de cuidar da saúde, produzir alimentos saudáveis que vão para a mesa das pessoas”, afirmou.

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