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Alta Floresta: Unemat comemora a oficialização da RPPN Fazenda Anacã

Alta Floresta: Unemat comemora a oficialização da RPPN Fazenda Anacã

Meio Ambiente

Alta Floresta: Unemat comemora a oficialização da RPPN Fazenda Anacã

A Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Anacã em Alta Floresta é a primeira unidade de conservação na Amazônia mato-grossense em uma década

Imagem aérea da RPPN Fazenda Anacã, feita pelo proprietário Fernão Penteado (Foto: Fernão Penteado)

A oficialização da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Anacã, em Alta Floresta, no norte de Mato Grosso, é motivo de comemoração na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat). A RPPN Fazenda Anacã é a primeira unidade de conservação (UC) na Amazônia mato-grossense em uma década.  A RPPN abrange uma área de 17,8 hectares e fora reconhecida pelo Insituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em maio deste ano, e oficializada no último dia 5, pelo Ministério do Meio Ambiente.

A Unemat, foi uma das colaboradoras no processo de desenvolvimento e reconhecimento da unidade de conservação pleiteada pelo proprietário rural Fernão Pedro de Camargo Penteado. A área da nova reserva particular foi adquirida em 2019, já com a finalidade de conservação da diversidade biológica e o desenvolvimento do ecoturismo, com destaque para a observação da vida selvagem. Na Fazenda Anacã, onde se desenvolve ecoturismo e pecuária, a compatibilidade entre recuperação ambiental da biodiversidade amazônica e a criação bovina é uma realidade.

Unemat é colaboradora no processo

Foto na Fazenda Anacã / Arquivo pessoal do professor Mahal Evangelista

Em 2022, Fernão propôs uma parceria de mão dupla ao Câmpus Universitário da Unemat, em Alta Floresta, envolvendo os cursos de Engenharia Florestal e Ciências Biológicas. A parceria previa aulas campo, atividades formativas e projetos ambientais de pesquisa e extensão.

As ações foram desenvolvidas nos anos de 2022 e 2023. À frente dessas ações, estavam os professores da Faculdade de Ciências Biológicas e Agrárias (Facba) da Unemat, em Alta Floresta, Mahal Massavi Evangelista, Mendelson Guerreiro de Lima e Luciene Castuera de Oliveira, que contaram com a participação e contribuição de vários professores da Unemat nas diversas ações.

De acordo com o então professor da Facba, Mahal Evangelista, essas atividades tinham como propósito fazer inventário de fauna e estudos de recuperação.  Além de promover a conexão com a natureza por meio de observação. “A parceria foi muito interessante para os alunos que puderam levantar o potencial da diversidade na área, assim como foi importante para mostra a importância de ter áreas preservadas e de fácil acesso no perímetro urbano.”, explica Evangelista.

Além da presença de muitas aves, na RPPN podem ser avistadas espécies de primatas ameaçados e endêmicos da Amazônia, como o zogue-zogue-alta-floresta, (Plecturocebus grovesi), o macaco-aranha-de-cara-preta (Ateles chamek) e o mico-de- schinaider (Mico schneideri), que foram identificados pelo inventário de fauna.

Imagem do zogue-zogue-alta-floresta, (Plecturocebus grovesi) / Foto: Diego Silva/Revista Pesquisa Fapesp

Projetos ambientais periódicos são fundamentais à criação das RPPN

Entre os projetos desenvolvidos em parceria da Unemat com a Fazenda Anacã, tem o projeto de extensão “Olhares para a Biodiversidade”, coordenado pela professora Luciene Oliveira, em parceria também com a Secretaria Municipal de Educação. Pelo projeto, crianças em excursão à Fazenda Anacã percorreram trilhas interativas com o intuito de conectá-las a natureza pela observação da fauna e flora.

Foto na Fazenda Anacã / Arquivo pessoal do professor Mahal Evangelista

Sob a coordenação da professora Luciene, o projeto objetivava fomentar a conexão com a natureza e o conhecimento da biodiversidade em alunos do ensino fundamental das escolas municipais de Alta Floresta.

De acordo com Luciene “as propostas pedagógicas que promovem o contato com a natureza durante a infância, além de auxiliar no processo formativo, podem auxiliar o processo de ensino-aprendizagem oferecendo novas perspectivas, novas possibilidades, ampliando as experiências e resgatando a dimensão da conexão, da integração, da continuidade e da subjetividade”, explica a professora.

O atual programa Alta Floresta não Atropela, foi pensado e criado na época em parceria pelas instituições Unemat, Fundação Ecológica Cristalino, Prefeitura Municipal de Alta Floresta e Fazenda Anacã. Na ocasião, foi pensado como campanha e a iniciativa foi tão promissora que rendeu frutos.

As ações realizadas em 2022 e 2023, anteriores a proposta de RPPN ocorreram via Museu Biológico e o Laboratório de Zoologia da Unemat.

Programa Alta Floresta não atropela

Implantação de travessia no município do norte mato-grossense. Foto: Smith Sonian/Divulgação

O Programa Alta Floresta não atropela segue fortemente em Alta Floresta e sua próxima ação, a instalação de pontes de dossel para passagem de animais silvestres em Alta Floresta, acontecerá em outubro. A bióloga premiada internacionalmente, Fernanda Abra, doutora em Ecologia Aplicada, atualmente coordena o programa. Fernanda é a idealizadora das pontes de dossel para primatas que serão instaladas, na cidade para evitar atropelamentos de espécies raras de macacos.

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